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Governo nega racionamento, mas moradores reclamam de falta d'água.
Moradores da Zona Norte dizem que fornecimento é interrompido à noite.
Capacidade dos reservatórios da Cantareira caiu para 15,5%.
Moradores de bairros da Zona Norte de São Paulo reclamam de falta de água desde o mês passado. Segundo relatos, o fornecimento é interrompido entre o fim da tarde e o início da manhã, sendo retomado somente após 6h dos dias seguintes. Eles reclamam de não terem sido informados sobre o desligamento da água e o governo de São Paulo nega que clientes da Sabesp sejam afetados por racionamento.
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O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou durante evento na terça-feira (11) que não há racionamento e que a possibilidade será analisada por técnicos. “[O racionamento] é uma decisão técnica da Sabesp que está sendo monitorada dia a dia pela Sabesp e nós vamos decidir mais à frente", disse.
A capacidade dos reservatórios do Sistema Cantareira, que abastece bairros de São Paulo e cidades da região metropolitana, caiu mais uma vez nesta sexta-feira (14), atingindo 15,5%. As represas do sistema acumulam sequência de recordes negativos desde o início do ano.
A doméstica Maria Cristina Gomes, de 44 anos, moradora do Parque Edu Chaves, diz que as torneiras da sua residência ficam secas todas as noites, entre 21h e 7h, há cerca de um mês. "Eu tenho mania de lavar roupa à noite e não consigo mais, eu começo lavar e a água para e tenho que continuar só no outro dia. A louça deixo juntar para o dia seguinte", conta ela. Acostumada a passar o dia na rua trabalhando, a doméstica diz que teve que alterar sua rotina por conta da interrupção temporária.
Dono de um conhecido restaurante de comida nordestina da Zona Norte de São Paulo, o comerciante Roberto Yamamoto, de 42 anos, precisou comprar duas caixas d'água, de 1000 litros cada, para continuar funcionando normalmente . "À noite a gente usa máquina de lavar louça, que vai bastante água e quando a gente fecha tem que lavar a cozinha. A gente chega a separar água em balde pra depois poder usar, porque o fornecimento de água é interrompido", conta.
As caixas foram compradas há mais de um mês quando o assunto estiagem começou a ser notícia e custaram cerca de R$ 600. O comerciante do Parque Edu Chaves afirmou que notou a ausência de água nas torneiras no período noturno há mais de um mês, principalmente nos finais de semana, quando o consumo de água aumenta.
As caixas foram compradas há mais de um mês quando o assunto estiagem começou a ser notícia e custaram cerca de R$ 600. O comerciante do Parque Edu Chaves afirmou que notou a ausência de água nas torneiras no período noturno há mais de um mês, principalmente nos finais de semana, quando o consumo de água aumenta.
O problema também foi apontada na casa de Andreia Sina há pelo menos dois dias. Moradora da Vila Paulistana, ela disse que toda sua vizinhança enfrenta o problema. “Fecharam durante a noite e só por volta das 10h do dia seguinte a água foi reestabelecida. Pela manhã, às 6h, 7h, amanhece sem água.”
O cirurgião dentista Gilberto Campanile, de 73 anos, conta que notou por três dias consecutivos a interrupção do fornecimento de água no período noturno. "Meu filho chegou tarde do trabalho e foi tomar banho, mas não vinha água da rua”, disse o idoso, que mora em uma casa no bairro da Água Fria, na região do Tremembé. “O mesmo aconteceu com meu neto Pedro pela amanhã, quando foi tomar banho bem cedinho, por volta das 5h30, antes de ir pra escola."
Morador do Tucuruvi, o vendedor ambulante Anselmo Tadeu Bugatti, de 61 anos, disse que enfrenta o problema há dois dias. "A água só está voltando pra minha rua a partir das 8h", disse ele, que teme pelo racionamento já que usa água para preparar seus produtos. "Eu acho que ele [governador] foi infeliz em dizer que não vai haver racionamento, porque quem manda é Deus, não é ele", argumentou.
A mesma situação acontece com Melina Elias Pereira, do Tucuruvi. “Durante a noite ficamos sem água por volta das 22h30, retornando apenas à 8h. Eu trabalho de madrugada e, quando chego de manhã, ainda estamos sem água."
Roseli Rosi dos Santos, moradora do Conjunto Habitacional Turístico do Jaraguá, na Vila Clarice, em Pirituba, conta que a falta de água vem acontecendo em seu bairro há 15 dias. "Liguei para a Sabesp no domingo e na quarta-feira e quinta-feira passadas. Tudo o que me dizem é que está em manutenção, mas não sabem informar qual manutenção é essa.” Ela disse que o fornecimento em seu bairro é interrompido cedo, por volta das 16h.
Todas as moradoras afirmam que não receberam nenhuma notificação da Sabesp de que haveria a suspensão do abastecimento durante tais horários. Roseli afirmou que os moradores também não foram avisados de que haveria manutenção na região.
Cantareira deixará de abastecer 3 milhões de pessoas
O governo de São Paulo anunciou na terça-feira (11) que ampliará para 3 milhões o número de habitantes da região metropolitana que deixarão de receber água do Sistema Cantareira até o mês de abril. Bombas estão sendo adaptadas para levar água do sistema Guarapiranga, na Zona Sul da capital paulista, também para a região dos Jardins, Brooklin e Itaim Bibi. Antes dos anúncios, o sistema Cantareira abastecia 8,45 milhões de pessoas em municípios atendidos pela Sabesp.
O governo de São Paulo anunciou na terça-feira (11) que ampliará para 3 milhões o número de habitantes da região metropolitana que deixarão de receber água do Sistema Cantareira até o mês de abril. Bombas estão sendo adaptadas para levar água do sistema Guarapiranga, na Zona Sul da capital paulista, também para a região dos Jardins, Brooklin e Itaim Bibi. Antes dos anúncios, o sistema Cantareira abastecia 8,45 milhões de pessoas em municípios atendidos pela Sabesp.
“Essa transferência para cobrir a região abastecida pelo Cantareira vai aumentar. Em abril, ficam prontas mais obras, bombas. A gente vai reduzindo a retirada de água do Cantareira à medida que Guarapiranga e outros sistemas entram na integração do sistema”, disse o governador Geraldo Alckmin, graças a uma economia de, no mínimo, 20% no consumo de água.
Na segunda-feira (10), o volume de água retirado do Sistema Cantareira foi reduzido de 33 metros cúbicos por segundo para 27.9 metros cúbicos por segundo. A medida também é para diminuir as quedas constantes no nível do reservatório e foi uma recomendação da Agência Nacional de Águas (ANA).
Grande São Paulo
A Sabesp informou nesta quinta que irá reduzir o volume de água que entrega diariamente para cidades da Grande São Paulo que, apesar de serem atendidas por empresas locais de abastecimento, compram água da companhia. São Caetano do Sul, que já tinha adotado uso racional e obteve economia, não será afetada inicialmente, de acordo com a Sabesp. Na atual fase, Guarulhos terá redução.
A Sabesp informou nesta quinta que irá reduzir o volume de água que entrega diariamente para cidades da Grande São Paulo que, apesar de serem atendidas por empresas locais de abastecimento, compram água da companhia. São Caetano do Sul, que já tinha adotado uso racional e obteve economia, não será afetada inicialmente, de acordo com a Sabesp. Na atual fase, Guarulhos terá redução.
A Sabesp informou, em nota, que a decisão é motivada pela determinação da Agência Nacional de Águas e Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), que exige a redução em 15,5% da vazão captada do Sistema Cantareira
Saiba como economizar
Para economizar, a Sabesp recomenda que o consumidor adote algumas atitudes diárias.
Para economizar, a Sabesp recomenda que o consumidor adote algumas atitudes diárias.
Veja abaixo:
- tome banhos rápidos e feche a torneira ao ensaboar;
- lave a louça de uma vez e feche a torneira ao ensaboar;
- não lave a calçada e o quintal, use a vassoura;
- ao lavar o carro, use um balde;
- acumule roupas para lavar na máquina de uma vez só;
- deixe a torneira fechada ao escovar os dentes e fazer barba.
- tome banhos rápidos e feche a torneira ao ensaboar;
- lave a louça de uma vez e feche a torneira ao ensaboar;
- não lave a calçada e o quintal, use a vassoura;
- ao lavar o carro, use um balde;
- acumule roupas para lavar na máquina de uma vez só;
- deixe a torneira fechada ao escovar os dentes e fazer barba.
Outro fator que colabora para o desperdício de água são os vazamentos. A Sabesp disponibiliza um curso gratuito que ensina práticas simples para identificar possíveis problemas em instalações hidráulicas. O programa é aberto ao público em geral e é ministrado nos períodos da manhã e tarde.
Os participantes recebem uma cartilha explicativa ilustrada e um certificado de conclusão. Quem se interessar deve procurar a regional da Sabesp mais próxima de sua residência
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